Pregue à sua alma
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- Bíblia, John Piper, Martyn Lloyd-Jones, Pregue à sua alma, Salmos
- 15 de março de 2021
Por que você está abatida, ó minha alma, e por que se perturba dentro de mim? Espere em Deus; pois ainda o louvarei novamente, minha salvação e meu Deus (Sl 42.5).
Quarto, o salmista prega à própria alma. Trata-se de um elemento crucial na luta da fé. Devemos aprender a pregar a verdade para nós mesmos. Martyn Lloyd-Jones escreve:
Já percebeu que grande parte de sua infelicidade na vida se deve ao fato de que você ouve a si mesmo em vez de falar para si mesmo? Observe aqueles pensamentos que lhe sobrevêm no momento em que você acorda pela manhã. Você não os produziu, mas eles conversam com você, trazem de volta os problemas de ontem etc. Alguém está falando. Quem está falando com você? É seu próprio eu falando com você. Em contrapartida, esse outro homem [o do salmo 42] faz diferente: em vez de permitir que seu eu fale, ele começa a falar a si mesmo. “Por que estás abatida, ó minha alma?”, pergunta ele. Sua alma o deprimia, o esmagava, mas ele se levanta e diz: “Ego, ouça-me, agora eu falarei com você”.
Neste lado da cruz, conhecemos o maior fundamento da nossa esperança: Jesus Cristo crucificado por nossos pecados e triunfante sobre a morte. A principal coisa que precisamos aprender é pregar esse evangelho a nós mesmos:
Ouça-me, ego: Se Deus é por você, quem será contra você? Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por você, como não lhe dará graciosamente todas as coisas? Quem apresentará acusação contra você como eleito de Deus? É Deus quem o justifica. Quem o condenará? Cristo Jesus morreu — mais que isso, ressuscitou — e está à direita de Deus, intercedendo por você. Quem o separará do amor de Cristo? (Rm 8.31-35, paráfrase).
Caso esse salmista tivesse vivido depois da morte e ressurreição de Jesus, teria dito algo assim. Aprendamos com o salmista a pregar o evangelho para nós mesmos.
PIPER, John. Moldado por Deus: mente e coração em sintonia com os Salmos / John Piper;
tradução de Vanderlei Ortigoza. São Paulo: Vida Nova, 2018. p.25-6.